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domingo, 8 de março de 2009

“-ADA”, UM CASO A CONSIDERAR

Esta simples terminação "-ada" pode encerrar diversas idéias, ou significados. Examinaremos somente alguns destes significados em determinadas palavras que a levam. Assim, bastará observar de que idéias este sufixo derivacional “-ada” é portador. Só com isto já disporemos de uma página quase indefinidamente expansível.


1 ) BANANADA COCADA GOIABADA MARMELADA

Banana”, “coco”, “goiaba” e “marmelo” etc. são substantivos primitivos correspondentes a frutas que com “-ada” formam seus respectivos derivados cujo significado comum é “doce de ---”.

Vários nomes de frutas que também são comumente usadas para se fazer doces não aceitam “-ada” como sufixo derivacional. Por exemplo, “jaca”, “manga”, “jamelão”, etc. Em tais casos, usaremos a locução “doce de ---” anteposta ao nome da fruta.

Já “limão” e “laranja” são nomes de frutas que aceitam nosso sufixo, mas com estes o derivado não traz a mesma idéia de doce, para a qual recorreremos à referida locução. “Limonada” e “laranjada” são refrescos.

2) COTOVELADA CABEÇADA DENTADA JOELHADA PALMADA PERNADA TESTADA UMBIGADA


são os respectivos derivados de “cotovelo, “cabeça”, “dente”, “joelho”, “palma”, “perna”, “testa” e “umbigo”, substantivos primitivos que designam partes do corpo com que se pode golpear. Quando recebem o nosso sufixo com, formam derivados com a idéia de “golpe de ---”.

Já “ombro, “sola do pé”, “costas”, etc. também são nomes de partes do corpo com que se pode golpear, mas normalmente não aceitam a formação de derivados com “-ada” neste sentido.

3) CACETADA CHICOTADA CORONHADA FACADA PAULADA PEDRADA PUNHALADA


são os respectivos derivados de “cacete”, “coronha”, “chicote”, “faca”, “pau”, “pedra” e “punhal”, substantivos primitivos que designam objetos com que se pode golpear e aceitam o nosso sufixo com este significado. Neste sentido um jogador de futebol levou uma “microfonada” no olho, um dia desses.

Mas há nuitos substantivos primitivos que por algum motivo não aceitam a formação de derivados com “-ada” neste sentido.

4) BOIADA CACHORRADA CRIANÇADA, GAROTADA, MULHERADA, RAPAZIADA,

são os respectivos derivados de “boi”, “cachorro”, “criança”, “garoto”, “mulher” e “rapaz”, substantivos primitivos que aceitam “-ada” com idéia de coletivo, grupo.

São muitos os substantivos primitivos que por algum motivo não aceitam a formação de derivados com “-ada” neste sentido.

5) CACHORRADA CAFAJESTADA MOMADA PALHAÇADA

são os respectivos derivados de “cachorro”, “cafajeste”, “momo” e “palhaço”, substantivos primitivos que aceitam o nosso sufixo com o significado de “atitude de ---”, “comportamento de ---”.

São muitos os substantivos primitivos que por algum motivo não aceitam a formação de derivados com “-ada” neste sentido.

Observação: sufixos como “-ice” (de “burrice”, “criancice”, etc.) e “-agem” (de “sacanagem”, “molecagem”, etc.) também podem ser aplicados na formação de derivados com este mesmo sentido, caso em que são equivalentes semânticos de “-ada”.

6) BOBEADA CANTADA CAMINHADA CAPRICHADA COCHILADA DERRAPADA ESPIADA OLHADA PASSADA PENEIRADA TOPADA URINADA VACILADA

Os substantivos acima são derivados dos verbos “bobear”, “cantar”, “caminhar”, “caprichar”, “cochilar”, “derrapar”, “espiar”, “passar”, “peneirar”, “topar”, “urinar” e “vacilar”, respectivamente. Todos podem ser usados como em “dar uma –ada”. A idéia é de ação.

Observação 1: este uso do sufixo “-ada” é típico de um registro bastante informal daí existirem muitos vulgarismos corriqueiros, na maior parte dos casos referentes a funções fisiológicas ou sexuais.

Observação 2: não confundir com os adjetivos verbais que no feminino coincidentemente terminam também em “-ada” (cansada, chateada, inconformada, preocupada, etc.) que se empregam como em “Ela agora está -ada” nem com os particípios que no feminino coincidentemente terminam também em “-ada” (apreciada, estimulada, explorada, incentivada, provada, provocada, roubada, etc.) que se empregam como em “Ela foi –ada


7) CARRADA COLHERADA FORNADA PANELADA PAZADA

são os respectivos derivados de “carro, “colher”, “forno”, “panela” e “”, substantivos primitivos que aceitam o nosso sufixo e assim formam derivados com a idéia geral de “conteúdo de um(a) ---” ou “quantidade que cabe num(a) ---”. São muitos os substantivos primitivos que por algum motivo não aceitam a formação de derivados com “-ada” neste sentido.

Existe a variante “–ado” para casos como “punhado” (de “punho”) “bocado” (“boca”), com significado equivalente.

10 comentários:

Nanda Assis disse...

legal esta aula eu gostei, a tempos que parei de estudar, hehe, foi mesmo bom.

bjosss..
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João Esteves disse...

Que bom saber isso, Nanda, que você gostou. Você chama de aula este post que na verdade eu nem imaginei exatamente como aula, ao escrever.
Mas no fundo agora acho que você tem razão, pois está com uma cara danada de aula, mesmo. Talvez isto seja inevitável, pela própria natureza dos assuntos que aqui abordo.
No entanto, se como você as pessoas continuarem lendo e gostando, então continuarei "dando minhas aulas" também aqui.
Da interatividade com este ainda pequeno leitorado por experiêcia eu já tenho certeza que no fim das contas eu vou é aprender bem mais do que ensinar. Sempre foi assim.
Beijos.

JOSÉ RIBEIRO MARTO disse...

... muito interessante, e rico o sufixo ada !
Falta-lhe aí »abalada» , de partida, termo tão caro ao meu Alentejo de coração ...
Sou alentejano por opção !
Grande abraço
_________ JRMARTO

João Esteves disse...

Obrigado, JRMarto, pela visita, comentário e contribuição.

Abalada é palavra bonita e expressiva, de uso igualmente corriqueiro tanto em Portugal quanto no Brasil em casos como como "Foi a má notícia que a deixou assim abalada" (com referência a uma comoção emocional) ou em "Tóquio é cidade frequentemente abalada" (com referência a abalo sísmico).

Este regionalismo lusitano do Alentejo, referente a partida, era-me desconhecido até uns dois minutos atrás, quando li sua sempre bem vinda inserção.

Efigênia Coutinho ( Mallemont ) disse...

Para quem já tem um vocabulário vasto haurido, por exemplo, em dezenas de milhares de horas de leitura, ou para quem já está se mobilizando de alguma forma no sentido de enriquecer o seu, pode muito bem ser que tudo soe desnecessário, como um chover no molhado.
neo-orkuteiro, CHEGOU DANDO O MELHOR QUE PODERIAMOS LER E APRENDER, MEUS CUMPRIMENTOS, VOCÊ SABE E FAZ O MELHOR NESTE SEU ESPAÇO FINAMENTE CULTURAL,
EFIGÊNIA cOUTINHO
ESCRITORA

João Esteves disse...

Efigênia, que satisfação recebê-la aqui! Você tem vários blogs no Blogspot, como já verifiquei. Pretendo conhecê-los todos, e assim virtualmente conhecer você, pelo que escreve. Você sabe que o trabalho de escritores - como você - são uma das principais fontes referência lexicográfica para a língua escrita, fonte absolutamente indispensável.
Veremo-nos, então, pela blogosfera.
Obrigado pela visita e comentário.

glauber disse...

pow gostei muitoo
aprendi varias coisa
vlw msm em

João Esteves disse...

Valeu visita e comentário, Glauber, seja sempre bem vindo.

Unknown disse...

Muito bom seu artigo/aula, didático, claro e preciso!

Parabéns pelo excelente trabalho e obrigada por compartilhá-lo!

João Esteves disse...

Bem vinda e obrigado, Lúcia, pela sua apreciação.