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sábado, 10 de março de 2012

Consulta nostálgica

Consultei hoje a Wikipédia em português para aprender alguma coisa específica sobre a carambola. É uma fruta cujo sabor conheço bem e aprecio, ainda que raramente. A primeira coisa que aprendo é o nome da caramboleira: Averrhoa carambola. Muito prazer, então, dona Averrhoa.

Jamais suspeitei da etimologia, mas diz o verbete que vem do francês ‘carambole’, informação respaldada por remissão ao Aurélio. Descobri até que as primeiras caramboleiras foram aqui plantadas bem no finalzinho do período colonial: precisamente em 1817.

A carambola tem vitamina C e outras. Descubro que ela pode ser febrífuga, antiescorbútica e abrir o apetite. Uma advertência porém me espanta. Portadores de insuficiência renal devem abster-se de carambola. A desobediência pode custar a vida, ou no mínimo uma desconfortável hemodiálise de emergência.

Com isto convenço-me de que tanto eu, quanto meus pais e irmãos, e todos os demais parentes e amigos que nos frequentavam desde meados da década de cinquenta até 1978 temos rins saudáveis, pois consumíamos bastante do fruto de nossa velha caramboleira, tanto ao natural como em sucos, refrescos e doce.

Só agora fico sabendo que suco de carambola serve para tirar manchas de ferro, de tintas e para limpar metais.

Vou para a página em inglês e confirmo que neste idioma se diz carambola ou starfruit. Acho muito interessante a descrição do sabor que encontro ali, além de outras informações relacionadas com saúde e cultivo. Por exemplo, a Malásia é líder mundial da produção de carambola.

Na página em francês, encontro a caramboleira (carambolier) e seu fruto (carambole), mais informações detalhadas sobre a composição. Há inclusive uma tabela com os valores proporcionais disso e daquilo que há em 100g de carambola.

Em alemão a fruta é conhecida como Sternfrucht, Karambole ou Karambola. A descrição da caramboleira ali é bem detalhada, incluindo as dimensões usuais. A da minha infância e juventude era das bem grandes.

O verbete em italiano é simplificado. O título é Averrhoa carambola, ou o próprio nome científico da caramboleira. Traz também vaga indicação de sua origem asiática.

Em espanhol vemos que a fruta é conhecida como carambola e a árvore, carambolo. Um verbete médio, contendo somente dados essenciais. Eu esperava mais informações porque em vários paises de língua espanhola se planta a caramboleira.

As páginas da Wikipédia que abri hoje oferecem ligações externas em várias línguas, para quem queira fazer pesquisa mais aprofundada.

Com todas as objeções procedentes que se possa fazer a esta ferramenta de informação, ninguém pode negar os serviços que presta. Quanta vez, como tradutor, precisei conferir como se diz isso ou aquilo nestas e em outras línguas e achei rapidinho a informação que buscava.

Nos tempos pré-Wikipédia eu precisava quebrar a cabeça com coisas do tipo como se diz chapisco em inglês. E chuchu? E quiabo? E lagartixa? E acarajé? E tantas outras dessas coisinhas que seria demais exigir-se da memória de alguém. Os dicionários físicos bilíngües de então eram quase invariavelmente inúteis nesse tipo de aperreio lexical.

Com a Wikipédia, perdi a conta de quantas destas dúvidas minhas foram satisfatória e definitivamente resolvidas. Minha dívida com ela ultrapassa longe o exposto, mas registro aqui apenas à guisa de sugestão para quem enfrente dificuldades de mesma natureza.

13 comentários:

Lais Castro disse...

Oi João, mesmo protestando contra essas "letrinhas" pré publicação do
comentário (tira isso, vai, tira!) devo dizer que gostei muito destas informações sobre a nossa amiga dona Averrhoa!

João Esteves disse...

Isso deve ser coisa do blogspot, Laís. Onde chego pra comentar tem essa encheção. Não sei como se faz pra dispensar essa prova antirrobô. Prometo me informar.
Obrigado pela presença.

☆Lu Cavichioli disse...

OI João, td bem contigo?

Gostei muito da pesquisa e aprender é sempre bom!

Em tempo, essas letrinhas chatérrimas andam atrapalhando a postagem dos comentários.
Esse blogspot tá um porre.

abraços de saudade meu querido amigo.

João Esteves disse...

Tudo bem, Lu
Se o preenchimento dessas letrinhas confere real segurança, não sei não, mas que incomoda é certo.
Agradeço sua presença. Sempre bem vinda.
Abraços de saudade também, querida amiga.

Tere Tavares disse...

Olá João,
A teconologia, nesse caso, vem para o bem. Eu tam-bém, inúmeras vezes, tirei dúvidas na Wikipédia.
É uma ferramenta ótima.
Como é ótimo te ler!

Abraço

PS. Pelo que pesquisei as tais letrinhas do blogspot são imexíveis e/ou irretiráveis!!

João Esteves disse...

Pois é, Terê. Ferramentas úteis existem, de cujos serviços bem podemos testemunhar.
Obrigado pela pesquisa das letrinhas, que deu no que eu já esperava. Se não tem remédio, remediado está.
Abraço

piccola marcia disse...

sei que o assunto nem é esse, mas que deu vontade de comer carambola... isso deu.

João Esteves disse...

Sem problemas de insuficiência renal, Piccola, ela pode ser apreciada com ou sem moderação, à escolha.
Se for verdade que a Averrhoa tem propriedades febrífugas, ainda que isto não tenha impacto sobre o aquecimento global, até que pode ser útil, não acha?
Iara, apesar de ser bem magra na época que responde pelo nostálgico de minha presente consulta, nunca apresentou qualquer problema sério quanto ao apetite, suponho agora que graças ao frequente consumo de então.
Acho que a velha caramboleira já não existe mais, mas suas propriedades evocativas para mim têm um sabor bastante especial.
Nada de que os livros ou textos virtuais possam dar a mais pálida ideia.
Ela sempre me dá o recado contido no nome alemão de certa florzinha:
Vergissmeinnicht.

Milene Lima disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Milene Lima disse...

Gosto da carambola, tanto o sabor quanto a forma. Ela difere do aspecto padrão das frutas "bonitinhas" e os padrões às vezes são chatos.

Em francês, a palavra soaria algo como "carrambolè" ou "carrambóle"?

Boa noite, meu caro João.
Beijo.

João Esteves disse...

'Carrambóle' é o mais perto de como os franceses falam. Aprecio nela estes aspectos destacados por você, também, Milene. E obrigado pela visita a este blog. Boa noite e beijo

Anne Lieri disse...

Oi João!Desculpe a demora da visita,mas não tenho entrado no Facebook faz tempo e só vi hoje seu recado!Legal a sua consulta e muito interessante!Em criança eu tb curtia a carambola!Brincar com suas estrelas!...rss...bjs e boa semana!

João Esteves disse...

Anne, que alegria pra mim anfitrionar você aqui. Imaginosa, então, a menina voadora já gostava de brincar com estrelinhas de carambola. Temos em comum com Rubem Braga, que escreveu:
"O cajueiro já devia ser velho quando nasci. Ele vive nas mais antigas recordações de minha infância:belo, imenso, no alto do morro, atrás de casa. Agora vem uma carta dizendo que ele caiu" um pé de alguma fruta em destaque nas nossas recordações de infância e o fato de escrevermos sobre isso.
Obrigado pela visita e por seguir também este blog. Beijos e boa semana!