Este sábado até que foi, além de em tudo e por tudo bastante agradável, intelectualmente produtivo.
Em muito boa companhia, fiz um passeio à Biblioteca Nacional. Incidentalmente, passamos numa farmácia e também pela impermanente feira de livros da Cinelândia.
De repente, não mais que de repente, topo numa das bancas com o Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa do Mirador Internacional, que saiu do prelo em 79, faz trinta e um anos. A qualidade e a sofisticação desta obra exerceram o mais absoluto fascínio sobre o então jovem universitário que agora escreve este blog, só que naqueles idos custava dinheiro demais. Não deu e ponto. Foi com uma indescritível nostalgia que eu quis saber o preço. Como agora estava por assim dizer "a preço de banana" (o momento atual, para usar um eufemismo, financeiramente ainda não é lá dos mais confortáveis), comprei. Desatualizado em parte, sei que este dicionário, pelo que é, ainda me prestará serviços muito relevantes, bem como a alguns dos com quem convivo. Pelo menos assim espero.
Os dois volumes na hora pareciam pesar coisa de uns dez quilos. Pasavam na verdade só cinco, como mais tarde eu soube por balança. Errara longe em meu palpite, como aliás costumo, com esse tipo de coisa. Feliz da vida, finalmente os tenho, mesmo com três décadas e bico de atraso. Também, quem mandou eu ainda não ter ficado rico?
Tocamos então a pé pra BN, ali pertinho. Na seção de periódicos do andar térreo, onde também ficam as obras de referência, folheamos e lemos um pouco das maravilhas lexicográficas que ali nos aguardavam. O magistral Diccionario de Uso del Español de Maria Molíner foi a vedete da visita. Detivemo-nos em alguns de seus verbetes. Que inspiradores!
Na Internet, descobri meio que por acaso uma tese de doutoramento lusitana sobre lexicografia. Li quinze das quase quinhentas páginas em PDF e resolvi blogar um 'cadinho'. O resto não tem pressa.
sábado, 8 de maio de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
19 comentários:
Em jeito de crónica, rica de impressões e de informações, faz o leitor partilhar de uma especial e aprofundada reflexão sobre o valor e o peso que as coisas e os momentos adquirem na nossa vida, com o distanciamento da maturidade e a apurada sabedoria de não deixar-se levar pelas facilidades desastrosas e redutoras da pressa de uma "discursividade intelectual".
Um momento de escrita que é um singular e muito interessante momento de vida.
Abraço
Obrigado pela visita, Carlos.
Poeta é sempre poeta, até quando comentarista em blogs amigos.
De seu comentário ressuma um senso estético apurado e dá gosto ler, tanto quanto seus versos.
Outra vez, muito agradecido.
Grande abraço.
Puxa, vim aqui te agradecer o carinho lá no meu cantinho e dizer que adorei tua visita. Vi que estás indicado pro TOP BLOG, mercidamente. Não sei como votar lá!Vou tentar! Um abração e obrigado,linda semana,chica
Que belo texto João. Percorri e vivi tuas alegrias, imagino a partir do escrito todas as lembranças, das nostálgicas e também de alegria por ter uma história de vida dedicada a pesquisa disso que é o maior indicativo da existência pensante e afetiva. LEXICOGRAFIA.
Que tenhas tantos e tantos outros dias como esse sábado.
Um abraço
Salete
Amigo,
foi sem dúvida um excelente e produtivo dia. Obrigada pela visita e lembrança. Beijos.
Obrigado, Chica, por tudo, incluindo a visita retribuitiva, o comentário e a declarada intenção de voto. Parece que ainda não cumpri todos os (pra mim) complicados procedimentos para o blog ser votado. Mas é só uma questão de tempo.
Deus te ouça, Salete. Muito agradecido. Abraço
De nada, Sam. Volte sempre que desejar. Beijos
Neo... Nossa, como eu gostaria de conhecer a Biblioteca Nacional! Eu moro tão longe, a tantos rios e tantas árvores daí! Que presença marcante a sua.
Um grande abraço.
não tive como não lembrar d"o dia da criação", vinicius de moraes:
"Porque hoje é sábado
Há um renovar-se de esperanças"
e assim, de sábado em sábado, confirmam-se as palavras do poeta...
Que bom que é anfitrionar você, Lulih.
Forte abraço
Que se confirmem sempre, Piccola.
Obrigado, beijos especiais
Os mistérios da linguagem podem ser desvendados, com beleza e elegância, como nesta "intelectualizada" crônica, "porque hoje é sábado"...que bom partilhar.
Abraço
Adoro um bom dicionário...onde a vasta significação das palavras nos transporta para a maravilha da palavra no seu todo.
1 Bj*
Luísa
Que bom receber você, Terê. E com que atraso vejo o comentário. Ah, as peripécias da vida!
Obrigado mesmo, e um grande abraço
Dicionários são mesmo amigos, Luísa. Bom saber deste seu gosto por eles, daqui.
Um beijo
Que bom que vc conseguiu se dar esse belo presente, mesmo que com uns aninhos de atraso! Abraço.
Antes tarde...
Obrigado, Lais.
Abraço
Postar um comentário